segunda-feira, 18 de abril de 2022

Coluna desta segunda-feira - 18/04/2022

 

Ocupante do Palácio do Planalto por 8 anos, o PSDB enfrenta uma decadência que parece não ter fim. Forjado em princípios democráticos, o partido vem passando por uma de suas piores performances políticas. 

Fundado em 1988 por dissidentes do PMDB, o Partido da Social Democracia Brasileira tinha como figuras principais Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e tantos outros. Nas eleições de 1989, apresentou Covas como candidato, sendo que ele não conseguiu passar para o Segundo Turno. Na segunda etapa, apoiou Lula (PT) contra Fernando Collor. 

Com o sucesso do Plano Real, FHC se credencia pelo PSDB para ser candidato a presidente, se aliando aos antigos adversários PFL e PTB, e distanciando-se da esquerda. Fernando Henrique foi eleito e reeleito no Primeiro Turno - façanha jamais igualada desde a redemocratização. 

A partir de 2003, com a posse de Lula, o PSDB passa para a oposição. Mesmo assim, se torna um partido forte, e polariza as eleições seguintes com os petistas. De repente, surge no cenário nacional Jair Bolsonaro. Pessoas de direita que militavam no PSDB viram em Bolsonaro seu autêntico representante, o que levou várias pessoas a deixar os tucanos de lado. Em 2018, o PSDB ficou apenas na quarta posição, ficando fora do Segundo Turno, que foi disputado entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT). 

O PSDB tem lutado por uma terceira via competitiva pra enfrentar Lula e Bolsonaro, mas não consegue se encontrar com brigar internas. Já há quem ache que o PSDB, pela primeira vez desde 1994, não lançará candidatura própria. No partido, há quem defenda que Simone Tebet (MDB) seja a candidata apoiada pelo partido. 

Numa hora dessas, faz falta, de saudosa memória, o grande articulador político Sérgio Guerra, que muito provavelmente, se vivo fosse, não deixaria o partido cair tanto para o fundo do poço como caiu agora. 

Impasse - O PT e o Solidariedade estão com as relações estremecidas depois das vaias que Paulinho da Força levou de militantes petistas, no dia que o seu partido Solidariedade anunciaria apoio a Lula. O estrago foi feito, e Lula e Gleisi tentaram minimizar sendo solidários a Paulinho, mas ele não gostou nada das vaias. O ato pode causar reflexo na campanha de Marília Arraes aqui em Pernambuco, que não poderá andar dizendo que apoia Lula, sob o risco de perder a legenda que lhe abriu as portas. 

Briga na Frente Popular - Segue o capítulo na briga dos partidos pela vaga ao Senado na Frente Popular. André de Paula (PSD), Luciana Santos (PCdoB) e Carlos Veras (PT) estão na disputa. Resta saber quem sairá ganhando e como ficará o bloco de aliança governista dependendo da escolha. 

Relembrando o bispo e o padre do Auto da Compadecida - O ex-governador Geraldo Alckmin  (PSB) tem todo direito de derramar elogios a Lula (PT), de quem deverá ser companheiro de chapa. Mas exagera muito nos elogios ao petista. Não faz muito tempo que Alckmin disse que "Lula queria voltar à cena do crime", e agora diz que "a luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste País" e, aos gritos, repetiu: "Lula, Lula, viva Lula, viva os trabalhadores do Brasil." As atitudes de Alckmin lembram os famosos personagens, um bispo e um padre do Auto da Compadecida, que mudavam de opinião de acordo com as conveniências, como na história do suposto "testamento da cachorra".

Pergunta - O PSDB já chegou ao fundo do poço? 


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