segunda-feira, 18 de julho de 2022

Ódio político atinge o clímax no Brasil

 

Os recentes episódios de manifestações de ódio político trouxeram uma tônica do que poderá ser as eleições deste ano. Agravada pela polarização e pelo ódio desenfreado dos grupos defensores dos dois principais candidatos à presidência, essa poderá ser uma das eleições mais violentas da história do Brasil. 

Há uma semana atrás, estávamos chocados com a morte de um líder petista em Foz do Iguaçu, assassinado em plena festa de aniversário onde o mesmo usava temática do seu partido de preferência. O agressor teria invadido a festa gritando palavras de ordem política a favor de seu candidato opositor ao PT. Embora as investigações tenham dito que o crime não teve conotação política, familiares e testemunhas do petista Marcelo Arruda, a vítima do homicídio, contestam a afirmação. 

Poucos dias depois, uma outra atitude de manifestação de ódio, dessa vez, vindo do lado oposto: uma filmagem simulava o atual presidente sofrendo um atentado durante uma motociata. Tal filmagem chocou apoiadores do presidente, e a Polícia está investigando de quem partiu tamanha brutalidade televisiva. Como se sabe, o presidente costuma realizar motociatas, e alguém teve a maligna ideia de simular uma motociata onde o presidente sofreria um atentado, inclusive usando a faixa presidencial.

Um partido criou o "nós contra eles", e o outro partido aperfeiçoou essa ideia; resultado é que hoje temos pessoas fanáticas dispostas a matar e morrer seja por um partido ou pelo outro. Infelizmente, os políticos da linha democrática não souberam dar as devidas respostas ao povo brasileiro, abrindo espaço para a barbárie extremista. O resultado disso é que corremos risco de ter uma das eleições mais acirradas e violentas da história, algo que não se via desde a redemocratização. 

Precisamos deixar de lado a inútil discussão "direita versus esquerda" e discutir o que realmente interessa ao Brasil: saúde, educação, segurança, emprego, desenvolvimento, combate à inflação, reformas, cultura, meio ambiente e agricultura. Isso sim precisa ser discutido. A discussão direita versus esquerda, além de ser ultrapassada, não traz nada de benéfico ao povo brasileiro. Se trouxesse, estaríamos em situação bem melhor, já que temos falado sobre direita versus esquerda há oito anos. Do contrário, pioramos ainda mais, agora ainda mais com a ameaça pairando sobre nossa frágil democracia.

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