domingo, 21 de agosto de 2022

Futebol pernambucano segue agonizando


Definitivamente, as três potências do futebol de Pernambuco, que mais são vitoriosos a nível nacional, não conseguem mais empolgar torcedores e meter medo nos adversários. Sport, Náutico e Santa Cruz repetem um roteiro de anos e anos, em um abismo que parece não ter fim. 

Houve tempos que os três clubes de Recife eram respeitados, principalmente nos anos 60 e 70. Como não lembrar da memorável campanha do Náutico vice-campeão brasileiro de 1967, do Santa Cruz quarto lugar no Brasileiro de 1975 e do próprio Sport que venceu a taça em 1987, no campo e nos tribunais. 

Mas de uns anos para cá, Pernambuco não consegue mais se destacar a nível nacional, com seus clubes quase sempre brigando para não cair - e na maioria das vezes, não conseguem escapar da degola. Sem contar já se vai longe a última vez que os três estiveram juntos em uma mesma divisão: foi na Série B em  2005, há 17 anos. Mais longe ainda é a última vez que os três estiveram juntos na elite do futebol brasileiro: em 1993, há 29 anos. Coincidentemente, em ambas as vezes, foi o Santa Cruz quem se "desgarrou" dos outros dois - subindo para a elite em 2005 e sendo rebaixado para a Série B em 1993. 

Mesmo tendo melhores resultados a nível nacional, o Sport não está fora desse quadro. O Leão não tem feito participações brilhantes na elite. Na década passada, o Sport só teve um certo sossego em  2014 e 2015. Mas nos demais anos, foi só sufoco, mesmo quando conseguia escapar. O Leão somou dois rebaixamentos em apenas três anos, e depois de um bom começo na Série B - chegou a liderar a competição -, o campeão brasileiro de 1987 se vê mais distante do acesso. Está em 8º lugar, com 34 pontos, oito a menos que o Vasco, atual 4º colocado. Erros em jogos contra o CRB, Grêmio e Criciúma, por exemplo, deixam o Leão mais longe da elite do próximo ano. 

Se o Sport ainda sonha com o acesso, a luta do Náutico é menos gloriosa: o Timbu luta para não voltar para a Série C, de onde saiu há três anos de forma brilhante - com o título. É impossível não lembrar do ano passado, quando o Náutico saiu na frente na Série B, chegando a ser líder invicto, e decepcionou sua torcida ao fim do certame, não conseguindo o acesso. Já se vai quase uma década desde que o Náutico participou da elite pela última vez: foi em 2013, há nove longos anos. O vice-campeão brasileiro de 1967 tem apenas 21 pontos na competição e está na lanterna, cinco pontos atrás do CSA, o primeiro que hoje escaparia do rebaixamento.

Se Sport e Náutico estão penando na Série B, imagina o Santa Cruz, que foi condenado a mais um ano na Série D. O time que arrasta multidões aos seus jogos tem feito verdadeiras sagas por divisões de baixo. O Tricolor jogou a elite pela última vez em  2016, mas de lá pra cá, desabou para a Série D, de onde não conseguiu sair após ser eliminado pelo Tocantinópolis. A Cobra Coral agora precisa juntar os cacos para tentar retomar seus dias de glória. 

Um agravante: Pernambuco agoniza enquanto o Ceará vem crescendo: Fortaleza e Ceará, os dois principais clubes de lá, vêm se mantendo na elite do futebol nacional e ganhando destaque. Se hoje terminasse a Série A, os dois cearenses estariam garantidos na elite por mais um ano. Ceará é o 14º, e o Fortaleza, o 15º. 

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