O presidente Jair Bolsonaro escreveu seu nome na História recente no Brasil como o primeiro presidente a não conseguir a reeleição, desde que a instituição passou a vigorar em 1997; Não entrando em méritos políticos e nem sobre seu adversário, vale ressaltar que o presidente cometeu erros que custaram sua reeleição. Apesar de ter tido mais votos que há quatro anos atrás, ele não conseguiu ultrapassar o ex-presidente Lula.
Primeiro, falamos sobre o contexto de sua chegada ao poder: cansada de inúmeros escândalos protagonizados pelos governos do PT, os brasileiros passaram a abraçar o conservadorismo, e encontraram um representante fiel, que defendia bandeiras conservadoras. Há quatro anos atrás, o PSDB não conseguiu mais atrair o eleitorado conservador, como aconteceu anos atrás quando o partido polarizava com o PT.
A eleição de Bolsonaro foi histórica, ao pôr fim à hegemonia petista e impor a primeira derrota ao PT em eleições presidenciais desde 2002.
Entretanto, ao tomar posse, Bolsonaro sempre se mostrou estar em plena campanha. O tempo todo, repetia palavras de ataques contra o PT e outros partidos de esquerda. Seja em suas lives semanais ou em seu encontro com apoiadores - que foi batizado de "cercadinho", Bolsonaro não perdia uma oportunidade de esquentar a guerra ideológica.
O presidente, que pregou sempre a moralidade, acabou se rendendo ao fisiologismo, que resultou no apoio do Centrão ao seu governo. Mas o erro mais crucial em seu governo, sem dúvida, foi a sua atuação na pandemia da Covid-19, tida como pífia por especialista da área de saúde. Bolsonaro desprezou as medidas sanitárias, comprou briga com governadores e prefeitos e atrasou a compra de vacinas; Chegou até mesmo a quebrar protocolos, promovendo aglomerações e não usando máscara. Vale ressaltar que mundo afora, os governantes "negacionistas" foram punidos nas urnas, sendo o caso mais emblemático o de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Outro erro foi que seus filhos, especialmente Carlos Bolsonaro, interferiram excessivamente no governo do pai, causando brigas e confusões até mesmo com aliados do presidente. A influência de Carlos era tanta que ele chegou a acompanhar o pai em missões oficiais mesmo não exercendo cargo nenhum no Governo Federal e sendo apenas um vereador pela cidade do Rio de Janeiro. Os outros dois filhos, Eduardo, por suas declarações polêmicas, e Flávio, por conta de denúncias contra ele, também contribuíram para o desgaste do presidente.
Sem dúvida, erros de campanha também devem ser relatados. Em sua tentativa pela reeleição, Bolsonaro optou por um vice pouco conhecido e que não agregava votos. Lula, seu principal adversário, trouxe um ex-adversário, Geraldo Alckmin, para sua chapa, atraindo apoio de partidos de centro e de centro-direita. Como sugestão, Bolsonaro poderia ter optado por Janaína Paschoal, para ganhar mais apoio no eleitorado feminino, ou por Gílson Machado Neto, um pernambucano, que traria mais votos nordestinos para a chapa. Para quem diz que vice não é importante, busquem o passado recente e se lembrem de Michel Temer.
Isso sem falar nas diversas declarações polêmicas, e que para muitos, não condiziam com uma postura de chefe de estado. Resta agora ao Bolsonaro juntar os cacos e deixar a casa em ordem para passar a faixa para Lula em janeiro. E quem sabe tentar uma outra vez em 2026.
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