terça-feira, 10 de agosto de 2021

Se vivo fosse, Eduardo Campos completaria 56 anos hoje

 

Em um tempo difícil para a política brasileira, com a ausência de estadistas e uma nociva polarização que tem dividido tanto os compatriotas, convém lembrar de um exemplo de estadista, bem aqui na nossa casa. Goste-se ou não, apoie ou não, jamais devermos deixar de reconhecer o poder de articulação e de diálogo do saudoso ex-governador Eduardo Campos, que se vivo fosse, estaria aniversariando no dia de hoje, completando 56 anos de idade. 

Deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco de 2007 a 2014, Eduardo, nascido em 10 de agosto de 1965, construiu uma trajetória de diálogo com as demais forças políticas, mesmo aqueles que eram seus adversários ferrenhos. Eduardo sempre enfatizava que "as brigas políticas não levariam Pernambuco a lugar algum", e teve ao seu lado partidos de esquerda, como PC do B até mesmo partidos de direita, como o DEM, antigo PFL. Como presidente do PSB, chegou a levar ao partido até mesmo pessoas que tinham horror à palavra "socialista", como Heráclito Fortes e Joaquim Francisco, recém-falecido. 

Apesar de ser neto de Miguel Arraes, Eduardo Campos soube construir sua própria história, sua própria liderança. Eleito governador em 2006, foi reeleito em 2010 com uma votação recorde no primeiro turno 82% x 14% contra outro grande baluarte da política pernambucana, o Jarbas Vasconcelos. Com tanta força, Eduardo começou a crescer a nível nacional. Apesar de toda disputa em 2010, Eduardo trouxe Jarbas para seu palanque em 2012, sendo que ambos apoiaram Geraldo Júlio para prefeito do Recife. Com o apoio de Eduardo, o então desconhecido Geraldo foi eleito no primeiro turno, derrotando grandes nomes como Daniel Coelho, Humberto Costa e Mendonça Filho.

Em 2013, rompeu com o PT e com a presidente Dilma Rousseff. No ano seguinte, construiu um leque de alianças para eleger Paulo Câmara, seu sucessor para o Palácio das Princesas. Eram partidos de diferentes tendências ideológicas em um mesmo palanque. Eduardo saiu do Palácio, deixando o Governo para seu vice João Lyra Neto, para alçar o vôo nacional. Tinha como candidata a vice a ex-ministra Marina Silva. No dia 12 de agosto de 2014, na véspera do acidente que tiraria sua vida, Eduardo deixou sua mensagem enquanto era entrevistado no Jornal Nacional: "Não vamos desistir do Brasil!". Teve sua vida interrompida na manhã do dia 13 de agosto de 2014, com apenas 49 anos, por uma triste coincidência, a mesma data que oito anos antes morria seu avô Miguel Arraes. Um acidente em Santos mataria todos os ocupantes do jato onde ele estava, comovendo o Brasil inteiro em plena campanha eleitoral. A nível estadual, Paulo Câmara, que perdia em todas as pesquisas para o ex-aliado de Eduardo, Armando Monteiro Neto, acabou virando o jogo e sendo eleito em primeiro turno, enquanto Marina Silva, que acabou sendo candidata à presidente em lugar de Eduardo, quase ia para o segundo turno, sendo ultrapassada por Aécio Neves já na reta final. 

Mas mesmo depois de morto, o nome de Eduardo segue forte na política estadual. Seu filho, João Campos, é o atual prefeito da cidade do Recife. 

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