Há ainda um risco real da nacionalização da eleição. O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez elogios ao seu correligionário Anderson, classificando-o como "um excelente nome para Pernambuco". Mas o presidente trabalha no sentido de proibir que o PL se alie a legendas de esquerda. Na prática, o PL não poderá se coligar com o PSDB de Raquel, partido de João Dória, um dos adversários do atual presidente. O Cidadania, antigo PPS-PCB também está nesse mesmo bloco ao lado de Raquel e Anderson. A nacionalização da disputa tende a atrapalhar os caminhos da oposição no Estado, já que há partidos de centro e até de esquerda que são oposição ao PSB.
Outro desafio da oposição reside em uma estatística: a última vez que um membro de direita sentou na cadeira do governo do Estado foi Joaquim Francisco, então do PFL, que governou o estado entre 1991 e 1995. De lá pra cá, apenas indivíduos de centro ou de esquerda estiveram no Palácio das Princesas: Miguel Arraes, Eduardo Campos e Paulo Câmara, todos do PSB, e Jarbas Vasconcelos, que embora tenha governado com a "direita", construiu sua carreira no MDB e no campo da centro-esquerda. Ainda tivemos de lá pra cá Mendonça Filho e João Lyra Neto, mas não são contabilizados por não terem sido eleitos governadores, e sim, vice-governadores, tendo assumido com as renúncias dos respectivos titulares, Jarbas e Eduardo.
Para Raquel, Miguel e Anderson, só resta o caminho da união, caso contrário, o PSB poderá abocanhar mais um mandato, mais pelos erros da oposição do que pelas suas próprias virtudes. A conferir.
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