terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Uma perigosa reedição de 1922

 

Iniciamos o ano de 2022, ano que haverá mais uma eleição para presidente da República. Devido principalmente à polarização entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), a tendência é que as eleições desse ano sejam bastante nervosas e acirradas, muito parecidas com o que ocorreu há 100 anos atrás. 

No ano de 1922, o presidente era Epitácio Pessoa, que já vinha de um mandato incompleto, pois ele assumiu após uma eleição complementar, já que em 1918, Rodrigues Alves e Delfim Moreira foram eleitos presidente e vice-presidente, respectivamente. Acontece que Rodrigues Alves adoeceu e veio a falecer em janeiro de 1919, devido à gripe espanhola. O vice Delfim Moreira teve que convocar novas eleições, pois a Constituição vigente (1891) determinava que se o vice só assumiria definitivamente a cadeira se o mandato fosse interrompido depois de dois anos (mais da metade do mandato). 

Epitácio foi eleito, e Delfim voltou pra vice, mas faleceu em 1920, e no mesmo ano outro vice foi escolhido: Bueno de Paiva. 

Nas eleições em 1922, se apresentaram como candidatos as seguintes chapas: Artur Bernardes presidente e Urbano Santos vice-presidente; Nilo Peçanha presidente e Joaquim Seabra vice-presidente. Nilo Peçanha, que era da chapa oposicionista, foi apoiado pelos estados de Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o antigo Distrito Federal (atual cidade do Rio de Janeiro). Na época, até cartas ofensivas ao Exército e ao ex-presidente Hermes da Fonseca foram publicadas supostamente em nome de Artur Bernardes, que contratou peritos que conseguiram provar que as cartas eram falsas. A vitória de Bernardes no pleito realizado em março de 1922 acabaria sendo questionada por tais grupos e, na sequência dos fatos, Epitácio ordenou a prisão do marechal Hermes da Fonseca e o fechamento do Clube Militar.  Epitácio decretou estado de sítio e conseguiu controlar a situação antes de passar a presidência para Artur Bernardes e para o vice Estácio Coimbra, que havia sido eleito em lugar de Urbano Santos, falecido antes da posse.

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