Os desafios da oposição em Pernambuco

 

Cada dia, vão se ampliando ainda mais os desafios para a oposição em Pernambuco, formada majoritariamente por partidos de linha conservadora. Tudo isso porque o governo de Pernambuco caminha a passos largos para fortalecer seu grupo e emplacar mais quatro anos de PSB no Palácio das Princesas. Muitos pregam unidade da oposição, mas não é o que se vê na prática. Ontem, uma nota divulgada por quatro partidos - PSDB, PL, PSC e Cidadania - falou em alinhamento político, envolvendo dois pré-candidatos: Raquel Lyra, prefeita de Caruaru, e Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão dos Guararapes. Acontece que o DEM e Miguel Coelho, prefeito de Petrolina e também pré-candidato pelo campo das oposições, ficou de fora desse alinhamento, não se sabe porque. 

A oposição mais alinhada à direita terá um enorme desafio, pois fazem mais de 26 anos que o estado de Pernambuco não é governada por um membro da direita. A última vez que um político conservador governou o estado foi Joaquim Francisco, recém-falecido, entre os anos de 1991 e 1994. De lá pra cá, apenas políticos da linha progressista assumiram os comandos do Estado. É verdade que entre 1999 e 2006 a "direita" teve força, sim, mas quem governava na época era Jarbas Vasconcelos, que sempre militou no campo das esquerdas. Na ocasião, os partidos conservadores apoiavam Jarbas e por isso tiveram alguma força durante seus dois mandatos de governador. De lá pra cá, de conservador, apenas Mendonça Filho (DEM) governou o estado, mas na qualidade de vice de Jarbas, quando este deixou o Governo pra disputar o Senado. 

Desde a eleição de Eduardo Campos, o chamado "campo conservador" foi minado em Pernambuco. Alguns acabaram se rendendo à força de Eduardo e outros, mais fieis, ficaram em um grupo mais enfraquecido. Mas já se vão 16 anos que o PSB figura no protagonismo estadual, impondo derrotas aos mais tradicionais nomes da política pernambucana. E sem previsão de terminar, caso a oposição não chegue a um entendimento.